quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Fechamento do Curso de História

Acho curioso alguns argumentos que os tais gestores da UEG utilizam para tentarem, enfim, justificar algumas coisas que se processam nesta universidade. De repente, fecham um curso e dizem: "É que não havia demanda para tal curso!" ou quem sabe: "Este curso não se afina às vocações regionais!" ou mais: "Este ou tal curso não é importante para esta realidade!". E mais curioso ainda é que, não raro, alguns ditos "intelectuais" da mesma universidade vestem a carapuça e aceitam docilmente tais falas. Sinceramente, me assusta... Para não dizer coisa pior! Nos particulares de Itumbiara, temos o, de triste memória, episódio que encerrou o curso de História. Para fins de recordação, lembro que se tratava, juntamente com a UEG de Morrinhos (distante 86,3km de Itumbiara) dos dois únicos cursos de História de toda a região sul, região composta por 26 municípios (Água Limpa, Aloândia, Bom Jesus, Buriti Alegre, Cachoeira Dourada, Caldas Novas, Cezarina, Cromínia, Edealina, Edéia, Goiatuba, Inaciolândia, Indiara, Itumbiara, Joviânia, Mairipotaba, Marzagão, Morrinhos, Panamá, Piracanjuba, Pontalina, Porterião, Professor Jamil, Rio Quente, Varjão e Vicentinopólis) onde vivem 395.208 habitantes, ou seja, algo como 7% de toda a população do Estado, segundo a Secretaria de Planejamento de Goiás com dados de 2009. Bom... É claro... Muitas dessas pessoas não estudam, então... Vejamos... Segundo dados da mesma SEPLAN/GOIÁS, temos uma significativa faixa de potenciais demandantes do curso de História, considerando, sobretudo, que tal curso se acha presente em todo o ensino fundamental e médio e considerando ainda que parte do público que buscamos podem, eventualmente, se converterem em acadêmicos de História. A SEPLAN (dados de 2007) nos mostra que possuimos: De 05 a 14 anos: 63.348 hab; De 15 a 24 anos: 63.416 hab; De 25 a 34 anos: 63.364 hab; De 35 a 44 anos: 57.288 hab; De 45 a 59 anos: 58.651 hab. Bom... Neste rápido levantamento, temos um público potencial para estudos ou beneficiários dos estudos de História de, pelo menos, 306.067 pessoas. Curiosa a argumentação da "falta de demanda"! Gosto muito dos segmentos que compreendem os "35 a 44 anos" e "45 a 59 anos" e que são pessoas, digamos, mais maduras. Em geral, são pais ou mães de famílias, pessoas que trabalham e que se acham em momentos de, na falta de outro termo, maior estabilidade financeira e emocional. Não abordei aqui pessoas mais longevas... O que, sem sombra de duvidas, é muito bom e mesmo uma necessidade que voltem a estudar. Asseguradamente, a preseça do segmento da chamada terceira idade incrementa, enriquece e traz um sabor ao saber bastante diferente e profundo. Bom, o certo é que temos, nesta mesma região sul, mais três unidades da UEG, além de Itumbiara e que se acham em Caldas Novas (com os cursos de Administração e Tecnológico em Gastronomia), em Edéia (Tecnologia em Agropecuária e Tecnologia em Produção Sucroalcooleira), e em Morrinhos (Ciências Contabéis, Ciências Biológicas, História, Geografia, Matemática e Letras Português/Inglês). Desta feita, tinhamos definitivamente, os cursos públicos de História em, tão somente duas cidades (Itumbiara e Morrinhos) para um universo enorme de pessoas a serem formadas e re-formadas, afinal, formação é, de fato, continuada ou não é. Porque não cessa nunca. De verdade, não sei o que é "demanda" para esses burocratas. O que me fica e, estou seguro disso, é o clássico expediente neoliberal operando no processo de, de novo e mais uma vez, cortar investimentos públicos como os tão necessários à educação superior. Típico do poder estadual de plantão e que, por hora, nos governa. Vamos à luta!

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